domingo, 28 de junho de 2009

Imagi n a ção


Emoldurando o vazio
Sigo com as mãos
Colhendo formas.

Bete-Sita

Lição


Amasso, soco, corto
Deixo-te sem ar
E tu ainda te deixas modelar

Bete-Sita

sábado, 27 de junho de 2009

Manuel Bandeira


"...As almas são incomunicáveis.
Deixa o teu corpo entender-se com outro corpo.
Porque os corpos se entendem, mas as almas não."

Arte de Amar, Manuel Bandeira.

Antonio Maria


"Ah, que coisa insuportável, a lucidez das pessoas fatigadas!
Mil vezes a obscuridade dos que amam,
dos que cegam de ciúmes,
dos que sentem falta e saudade."



Antonio Maria Araújo de Morais
in Amanhecer em Copacabana


segunda-feira, 22 de junho de 2009

Depois da Chuva


A água cavando a rua de minha infância
Modelava-me em barro
Correndo solta, longe, em barquinhos de papel

Bete-Sita

domingo, 21 de junho de 2009

Palavra


Pequena extensão
Afunilado poço
Nem tudo que em mim há, em ti cabe.

Bete-Sita

Berço de Minério Eterno


Pronta para o tempo
Segue em sedimentado segredo
Na fusão da confusa história dos homens.

Bete-Sita

Candeias


Em tuas lembranças
Sigo flanando como um panfleto,
Sempre vestida de preto.

Bete-Sita

Aquário Seguro


Mergulho em teus olhos
Esbarro em duras lentes frias
Encontro a trinca precisa.

Bete-Sita

Dos Cantos Escuros


Da cama ergue-se a lápide
Ao homem que encenou o amor.
Deito-me ao teu lado fria.

Bete- Sita

Polaroide


Cheio de luz, dentro da vitrine estavas
No fim da avenida, no meio da noite cheguei
Entre nós, o Tweed.

Bete-Sita

Sede


Poesis
Contigo as horas caminham
Mansas e satisfeitas

Bete-Sita

Colheita


Sobrevivo da simplicidade
Água do poço, comer o verde com os olhos,
Cavar a terra e lá enterra essa angústia inútil.

Bete- Sita

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Aedo


Na dobradura do origami a matemática se esconde.
Na métrica de teus poemas
a imperfeição do humano se revela.

Bete-Sita.

Musa


Para onde vou
depois que despertas?

Bete-Sita

domingo, 14 de junho de 2009

Estranho



Foi o que vistes, foi o que tocastes
O arrepio em mim
E a aventura devassada, pública, móvel, aconteceu.

domingo, 7 de junho de 2009

Móbiles de Terror


Derrubar por chão penduricalhos inúteis, pisa-los com pés de santa
Dos feridos cuido depois, há sempre riscos
Preciso da fúria inicial.


Bete-Sita

Manganês


Até o mais profundo tom térro do manganês
Guarda em suas possibilidades o púrpura secreto.
Ou será púrpura o negro disfarce da ambição dos césares?


Bete-Sita

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Penúltima Paixão.


Deixaste-me só.
Mais uma perda,
E estarei livre!

Bete-Sita

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Jovem, moreno...


Andou por estes labirintos certo de conhecer os caminhos.
Nos corredores decorados de poesia
Mais uma alma perdeu-se.


Bete-Sita

"Troco por um beijo!"


O casaco guardado escorrega do armário
No bolso flor seca, viçosa lembrança
que da mão fria já não se esquiva.

Bete-Sita