segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Creio




Na sede do ar claro da noite em mim
Na fome essencial que nutre meu querubim
No solo da alma na carne que dança em intenso carmim.

Bete-Sita.

domingo, 27 de dezembro de 2009

Alada




A solidão fez isso de ti.
A sozinhez fez isso de mim...
Lúcida, louca e livre.

Bete-Sita

Emenda



Que buracos novamente rasgo?
Terra doente, colo pedaços, tapa buracos...
Não choro, apenas engasgo.

Bete- Sita.

HD Externo



Infância invertida
Fermata indefinida em agonia
Memória, lama escorregadia.

Bete-Sita

Palavrar


 
Entre os lábios escapa
Sopro sem contorno
Doente, sem conforto, a boca cala.

Bete-Sita

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Ritmo Molhado




No quadril cor de acafrão
Solfeja  e deseja
Fruta sabor verão

Bete- Sita

Verão Cartaz




Líquido sal se desfaz
Lagoa de fundo moreno
Onda e desejo, céu fugaz.

Bete- Sita


domingo, 13 de dezembro de 2009

Calado



Pouco importa o que sinto, mas o sentido.
Fique quieto, mudo e emoldurado.
Pois o tempo perfeito, é belo e sempre, passado.

Bete- Sita

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Sem risco de feitiço


 
 Minha casa não tem charco
Mas meu inquilino
É lindo um sapo.

Bete-Sita

Janela


Do outro lado do vidro
   A borboleta anuncia

Azul bom dia.


Bete-Sita.



Diferença




O desejo é óbvio
A fala coloquial
Minha carne neural


Bete- Sita

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Olhar



Talvez ali, entre a iris e a retina
As paredes de minha lucidez
Tornem-se finas.

Bete-Sita

Caleidoscópico




Entre a estrutura do escrito
E aquilo que é dito
O súbito infinito.

Bete-Sita

domingo, 8 de novembro de 2009

Vazio



Na avenida deserta
A noite em calor se despedaça
Lembrança perfume de seda frutada.

Bete-Sita

Furtiva



 O negro das roupas pela parede se estica
Vaza o torpor pela alma treliça
Disfarço, e te chamo preguiça.

Bete- Sita

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Desfeita


No desalinho dos lençois
Poema saudade
Por corpos escrito

Bete- Sita

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Passeio


Com minha boca
Sentencio
Teu silêncio.

Bete-Sita

Inconstantes Instantes


Ao relógio dos poetas damos corda
Juntos, invertemos o mundo
Ponteiros da ternura e eternidade, unos.

Bete- Sita.

domingo, 18 de outubro de 2009

Fogo e trama


Língua que confidencia e reclama
Cama de cinza, útero chama
Ergo as paredes de teu santuário em mim.

Bete-Sita

sábado, 17 de outubro de 2009

Indolente


Não tem resposta, fiquei dormente.
Não tem história pendente ou memória comovente.
Livre. Prá você, ausente.

Bete-Sita

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Suprimido


Tudo que poderia ter sido
Se fosse acontecido...O teriamos feito, dito, sentido?
Passado não absolvido.

Bete- Sita.

In memorian


Na faxina do tempo teu rosto, boneca, se apagou.
De ti ficaram os olhos de sempre,
Cortinas ao vento, janelas em fim de tarde, o vento não arrancou.


Bete-Sita.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Sobretudo


Sequioso dedos
Rastejam veludo
Cristal d'água

Bete-Sita

sábado, 10 de outubro de 2009

Estorvo



Desfaço o transtorno
Em divertido conforto.
Inofensiva lábia de sedutor tosco.

Bete-Sita


Cambraia


As palavras que guardo
Em baixo de minha saia
É que te fazem literaria cobaia.

Beta-Sita

Questão em "X"


O tempo angustia
A espera enlouquece
A dúvida é você que tece.

Bete-Sita.

Segredo


Tempo é briquedo
Antigo só o medo
Preocupa não, ainda é cedo.

Bete-Sita

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

De confeito a confetti

Em branca flor sorri
E se tinge de carmesim.
Colombina espera, Pierrot e Arlequim.

Bete- Sita

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Desfolhar de olhar


Wotan, Hórus, Édipo!
Espelho encandeado...
Malditos olhos, eternamente assombreados!

Bete-Sita

Confessa


Invenção impossível
De joelhos rezo, erro ou perigo,
Diante todas as cruzes te bem digo.

Fio partido

Contas engolidas pelo chão de taco
Pelos cantos e janelas
Escapo, em sorriso largo.

Bete-Sita


Transparente


Um rosário de nãos delizados
Uníssonos, resisten, fortemente interligados.
No escuro contas tilintam, jogadas de lado.

Bete- Sita

Ontem


Voz de perfume distante
No tálamo dos dias tinjo folhas brancas
De esquecimento com plúmbica lembrança.

Bete- Sita

Estio


Deitada em letras molhadas
Passeio em vírgulas
De línguas entrelaçadas

Bete-Sita

domingo, 27 de setembro de 2009

Norturna


Cansaço e vertigem de ontem
Do chão o vento levanta
Folhas e segredos.

Bete- Sita

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Pasta Cerâmica


Barro, ele, plural. Argila, ela, nada singular
Só...E possível, ecoa em cacos, atemporal.
Sentimento ângular de beleza escultural.

Bete-Sita



Fita Seda Métrica


Fusos, furos, pespontos feridos
Corte desmedido em verso cerzido
Encanta, provoca, decanta sentidos.

Bete-Sita.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Suspiro por escrito

Escorrego no humos dos versos
Corpo deságua sem saber margens
Mero estuário de tuas marés.

Bete- Sita.

Abissal


Navegar de nau
Meu avesso
Espiral

Bete-Sita


Amado


Coragem do verbo sem ação
No passado primavera em livro prensado
Hoje grito escarlate calado.

Beta-Sita

sábado, 19 de setembro de 2009

Amanhecer


Longos dedos d'água tamborilham as vidraças
O pássaro alardeia secreto sonho
Despertar de lascívas asas.

Bete- Sita


sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Drambuie

Escoa em côncavo gole...
Na inquietude do desejo, a pele prata,
Suspira a forja em líquidas letras.

Bete- Sita

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Os dias


Brancos, sono e neblina
Poeta bruma ou cristal colina?
Sede perfumada de folhas quentes.

Bete- Sita.

Indiferente

Carne quente,
gélido incendiar,
colada distância do verbo amar.

Bete- Sita

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Marinas

Em retinas ritmadas de desejo
Olhares anistiados se escavão.
Gozo calado sem cortejo.

Bete- Sita

Molhada


Noite em mistral talhada
Jangada em letras fio d'água
Corpo areia e peito frágua.

Bete- Sita

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Desfazer


Palavras seara
Flor sem jarra
Inconstante samarra.

Bete-Sita

Vai um cafezinho???

Cem bocas xícaras chamam
A L M O Ç O
Cem rasos píres descansam
(- CADÊ AS COLHERINHAS???)

Bete- Sita

domingo, 6 de setembro de 2009

Poema Puro


Silêncio sustenido.
Ouço em concha
O mar do teu grito.

Bete- Sita

sábado, 5 de setembro de 2009

Private view


Nos lábios, debrum de versos,
hálito de poemas inéditos.
Gozo suspenso em lençol perverso.

Bete- Sita