domingo, 8 de julho de 2012

Amor na baila


Esfinge de pedra, estátua de praça
em curva nada pública,
nos olhos tantos segredos,
os brilhantes e os negros.

Mulheres amadas, mulheres mal amadas
cantadas como pobres coitadas,
mulheres são sol, onde se pode pousar,
e aguardam o estio para então libertar.

Ambos percebem que o amor é dança
e ficam tontos de tanto dançar.
Mas amor é dança que muda de par, 
só os sãos podem o parceiro solto no salão apreciar.

O que se pretende ocultar?
Belo intervalo, que por pura ousadia
de salto  perdido, pretende-se perpetuar.
O amor no tempo ensurdece e até enfastia.

Mulheres que não são da companhia,
há homens que temem essa possível sincronia.
Amor é balada triste que cochila,
 acalentada nos acordes e  trinados da própria alegria.



Bete-Sita





Da linha do equador


De tuas nevascas estou afastada,
por ti  me achava finalmente esquecida  e quase feliz.
O que posso te oferecer?
Uma bela tigela, para tuas velhas mãos e uma sopa bem quente...
Minha delicadeza me impede os chutes, o bater da porta; pois compreendo.
Mas o norte...O norte? 
O mudei de lugar.

Bete-Sita

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Não imune



Do tempo trama e urdume 
O mesmo sabor e o melhor perfume.

Bete-Sita